sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Curiosidades Estéticas

O mais importante na vida
É ser-se criador- criar beleza.

Para isso,
É necessário pressenti-la
Aonde os nossos olhos não a virem.

Eu creio que sonhar o impossível
É como que ouvir uma voz de alguma coisa
Que pede existência e que nos chama de longe.

Sim, o mais importante da vida
É ser-se criador.
E para o impossível
Só devemos caminhar de olhos fechados
Como a fé e como o amor.
António Botto

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

O Meu Lugar

Acreditas no amor?
Um dia acreditei, mas revestiu-se de uma dor forte e nojenta até que o matei.

Já não amas!?
Talvez. Talvez ame tanto e tanto é que não sei quanto que jurei ser a última vez.

Isso é paixão.
Penso que não. A paixão exalta a alma, rouba a calma e cai morta onde os sonhadores estão.

Então o que sentes?
Sinto que o meu castelo, sem janelas, portas ou luz deixou de ser o mais belo ao pregar-me nesta cruz. As pedras de que é feito, são impossíveis de atravessar por isso foi o eleito, quero em paz descansar. Às vezes subo à torre mais alta, onde o céu me toca a alma, dá o sorriso que me faz falta e transmite a doce calma. Outras desço às masmorras, sempre levado pela solidão, onde as bruxas como zorras, se escondem na escuridão. Assim vai minha vida, recolhida em qualquer canto, onde cada lágrima contida, anuncia um triste pranto. Outras vezes sento-me ao espelho, único sítio onde não minto, à espera de um conselho para descobrir o que é que eu sinto.
In Mar Adentro

Imortais

Por mais que a vida nos agarre assim
Nos troque planos sem sequer pedir
Sem perguntar a que é que tem direito
Sem lhe importar o que nos faz sentir

Eu sei que ainda somos imortais
Se nos olhamos tão fundo de frente
Se o meu caminho for para onde vais
A encher de luz os meus lugares ausentes

É que eu quero-te tanto
Não saberia não te ter
É que eu quero-te tanto
É sempre mais do que eu te sei dizer
Mil vezes mais do que eu te sei dizer

Por mais que a vida nos agarre assim
Nos dê em troca do que nos roubou
Às vezes fogo e mar, loucura e chão
Ás vezes só a cinza do que sobrou

Eu sei que ainda somos muito mais
Se nos olhamos tão fundo de frente
Se a minha vida for por onde vais
A encher de luz os meus lugares ausentes

É que eu quero-te tanto
Não saberia não te ter
É que eu quero-te tanto
É sempre mais do que eu sei te dizer
Mil vezes mais do que eu te sei dizer

Imortais, Mafalda Veiga