domingo, 14 de dezembro de 2008

Quando O Mundo Cai

Quando o Mundo cai sobre as nossas cabeças e nos magoa,
Quando ele me trespassa como se fosse um fantasma a vaguear...
Magoa-me mesmo sem dar por isso.
Sinto-me cansada de lutar por aquilo que não vale a pena.
Cansada de chorar por quem não merece.
Não merece as minhas lágrimas nem de felicidade
Nem de tristeza.

Mesmo tentando não dar parte fraca,
O inevitável acontece...
Água cristalina e escura me cai dos olhos
E não consigo evitá-la.
Fiz um esforço...
Ainda foi pior...
Intensificou-se.
Tentei a calma...
Apeteceu-me morrer.
E só de pensar que todo o lítio que derramei pelos meus olhos,
Foi por alguém
Que me fez adoecer
E que não tem o direito de me estragar a vida,
Ainda fico mais abalada.

Quando o Mundo cai,
Nunca sei o que fazer...
Só me apetece chorar.
Quem me dera ter forças para mostrar a toda a gente
Que não sou quem pensam que eu seja.
Que sou melhor do que o que mostro ser.
Que os que me fazem mal,
São indiferentes.
Mas não tenho...
Então, para além da tristeza,
Aparece a solidão, a mágoa e as lágrimas
Não merecidas por quem as derramo.
E cada uma delas
Significa Desespero,
Como se me arranquessem algo.
Como se os meus olhos chorassem sangue...
Nesses momentos eu queria que o céu chorasse comigo...
Quando o Mundo cair de verdade,
Matem-me antes que isso aconteça.
Eu não quero assistir...
Não quero ver.

Ana Amorim

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